sábado, 3 de dezembro de 2011

Você está permanentemente sendo vigiado, mas isto não significa segurança

Quando a juíza Patricia Acioli foi assassinada no Rio de Janeiro, na investigação do caso, a Polícia revelou ter localizado os sinais dos celulares dos assassinos próximos ao local do crime e as ligações realizadas antes e posteriores ao fato. Isto demonstra que a possibilidade de identificar quem esteve no local de um crime (qualquer crime), ou até mesmo quem está hoje com seu celular roubado, existe, mas esta possibilidade só será transformada em ação quando a polícia (aqui com letra minúscula) achar que isto é conveniente, importante, interessante.
Estamos todos sendo vigiados, permanentemente vigiados, na rua, aqui na tranquilidade de meu escritório,  onde escrevo neste momento ouvindo os passarinhos da mata envolta da Pedra do Pavão. Estes dias, assistindo a comédia "Como arrasar um coração", observava como as diversas situações (engraçadas) que aparecem no filme hoje seriam impossíveis, pois o grau de vigilância a que estamos submetidos é assustador.
Clicando no link, você pode conhecer o que Max Schrems descobriu que o Facebook tinha arquivado sobre ele: 1.200 páginas em 3 anos de utilização do espaço Face... Inclusive mensagens "removidas", revelações de suas posições políticas, amorosas, intelectuais, contatos realizados. Quem viveu sua maturidade no século passado: imagine todas suas correspondências (postais, aquelas que eram enviadas em papel, pelo Correio...) violadas, catalogadas, analisadas e disponíveis para quem tem poder de quebrar economias, instalar governos, bombadear países, e, ainda, colocar ideias na sua cabeça.
Num mundo governado pela mídia e pelas corporações, é assustadora a nossa vulnerabilidade.  

Um comentário:

Perola disse...

O pior é que tentam nos passar a sensação de que somos seres libertos.. Até que ponto existe essa liberdade?!