terça-feira, 20 de março de 2012

Falaciocracia

A notícia espetáculo da vez filmou um processo de corrupção que mostra os dois lados: corruptos e corruptores. A reportagem, também na lógica da mesmice, encerra-se na introdução, ficam faltando quaisquer informações que poderiam colaborar com a formação de uma cidadania substantiva: como funciona o processo de compras em empresas públicas e privadas em outros países? Onde casos de corrupção semelhantes já foram denunciados? Quais as providências tomadas para que, nos processos de compra de insumos, isto não venha a acontecer? Quem pesquisa sobre a corrupção no país tem apontado o quê? Quais caminhos? O dinheiro da corrupção (a propina, a gorjeta) vai cair em quais contas? O que tem a discussão do financiamento público de campanhas partidárias haver com o combate deste tipo de corrupção? Espantosas  reações que se organizam no sentido de que apenas ali isto aconteceu, um problema localizado na "saúde", pior, "nos hospitais universitários". Os governos reagem na orquestração da falácia, produzem verdades a serem consumidas por meio da idiotização: suspensão dos contratos DESTAS empresas, logo, o mesmo funcionário de compras contratará outras empresas para prestar os mesmos serviços e, como se fosse um milagre (ou uma síncope de moralidade), o processo passaria a ser sério. O governo da falácia sustenta-se na ignorância e na corrupção.




Nenhum comentário: