quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

O Horror Econômico - Viviane Forrester

"Qualquer que tenha sido a história da barbárie ao longo dos séculos, até agora o conjunto dos seres humanos sempre se beneficiou de uma garantia: ele era tão essencial ao funcionamento do planeta como à produção, à exploração dos instrumentos do lucro, do qual representava uma parcela. Elementos que o preservavam.
Pela primeira vez, a massa humana não é mais necessária materialmente, e menos ainda economicamente, para o pequeno número que detém os poderes e para o qual as vidas humanas que evoluem fora de seu círculo íntimo só têm interesse, e mesmo existência - isso se percebe cada dia mais -, de um ponto de vista utilitário." (1997, p. 136)
Daí porque cidadão virou consumidor; professor, empreendedor; agiota, patrão.

Capitalkiller - o livro O HORROR ECONÔMICO (já em 1997) denunciava o que hj vc escuta em algumas mídias, igrejas e governos: existem seres humanos (ou formas humanas de viver) que devem ser eliminadas, simplesmente assim...
Quando alguns amigos e estudantes contam sobre as condições de trabalho em algumas escolas: sala de aula sem ar condicionado, 24 crianças de 4 anos com uma professora e sem auxiliar, numa sala sem ventilador, em escola murada como presídio... Sem Projeto*, sem sentido e sem saída...

* Não refiro-me aos projetos do tipo: Vinícius de Moraes; Rio - cidade maravilhosa; derivativos...
Mas aos Projetos de escola: Políticos e pedagógicos, que construídos coletivamente - famílias/funcionários/professores - dariam sentido ao trabalho escolar.

Para não dizer que não falei de flores: "muitos erros e equívocos comete a liderança ao não levar em conta esta coisa tão real, que é a visão do mundo que o povo tenha ou esteja tendo. Visão do mundo que se vão encontrar explícitos ou implícitos os seus anseios, as suas dúvidas, a sua esperança, a sua forma de ver a liderança, a sua percepção de si mesmo e do opressor, as suas crenças religiosas, quase sempre sincréticas, o seu fatalismo, a sua reação rebelde." (FREIRE, Pedagogia do Oprimido, 1975, p. 258).
 

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