segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

Omelete de forno

A situação política tá tão ruim que optamos por contribuir no debate nacional com uma postagem culinária!
Para quem gosta de omelete e detesta ensebar a cozinha toda com gordura de fritura, segue uma receita inventada neste final de semana:
Você vai precisar:
4 ovos
5 colheres de óleo
1 cebola média
1 colher pequena de alho picado ou um dente de alho picado (eu não pico alho..., acho mais prático os potinhos comprados com alho picado)
4 fatias de queijo mozarela
1 colher de azeite
sal a gosto (eu não uso sal)

Mais fácil impossível:
Picar a cebola em quadradinhos pequenos e colocar numa tigela
Ascenda o forno do fogão para esquentar entre 3 e 5 minutos
Na mesma tigela em que está a cebola, misturar os ovos (com clara e gema, eu retiro só a casca)
O alho (cru)
Rasgue as fatias de queijo com a mão (mais ou menos resultando em quatro pedaços cada fatia) e misture com o ovo, a cebola e o alho (tudo na tigela em que colocou a cebola)
Coloque uma colher rasa de azeite também na misturança - utilize um garfo para misturar tudo
Se for colocar sal, este é o momento. Não exagere no sal.
Pegue uma assadeira (tanto faz o tamanho)
Coloque uma colher de óleo, unte (por dentro apenas)
Coloque as outras quatro colheres de óleo no centro da assadeira
Despeje a mistura na assadeira (essa mistura é o seu omelete)
Coloque no forno. Aqui levou uns 7 minutos.
Você saberá que está pronto - pelo cheiro (se tiver bom olfato) e pela cor: a parte de baixo do omelete fica dourada e, olhando para o forno com a luz ligada, é possível ver que está dourando as beiradas.
Eu comi com acompanhamento de mostarda, ketchup, salada de tomate e duas fatias de pão integral cheio de alpiste (sementes).
Mas talvez o ideal fosse fazer um arroz, para quem não tem tanta preguiça.
As boas notícias: o omelete ficou uma delícia, a cozinha ficou limpinha, a forma (T-fal) não deu trabalho nenhum para limpar porque o omelete ficou soltinho da forma. Suspeito que foi pelas 4 colheres de óleo...
Bom apetite.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

Trocando o ponto da vista...

Penso que até no mundo mineral já é sabido que, dependendo do ponto de vista, vemos alguns pontos da paisagem.
Tenho muitas amigas e muitos amigos que sofrem neste instante, e sofrem muito, porque estamos, juntas/os, vivendo uma situação política que não queríamos e sequer pensávamos possível viver novamente. Chico Buarque bem expressou no Largo da Carioca: "não, de novo não, golpe não!", imenso desejo coletivo.
Para entender um pouco dessa situação você precisaria, além de viver num país imenso e que já foi o terceiro pior em desigualdade social do planeta (só perdendo, naquela ocasião, para Honduras e Serra Leoa), ter visto este país sair da condição de indigente para ocupar um lugar de "futuro" no presente - uma alternativa à degradação geral que o capitalismo rentista, excludente e opressor tem se apresentado ao mundo.
Por mais críticas, e legítimas, que tenhamos aos governos de Lula e Dilma, não é possível negar que aumentamos a participação do trabalho no PIB (com o aumento real do salário mínimo, todas as categorias de trabalhadoras/es organizadas tiveram aumento acima da inflação); desenvolvemos o mercado interno e promovemos a diversificação e a política do "conteúdo nacional" na economia; tudo isso com democracia e investimento no combate à corrupção (liberdade, autonomia e concursos públicos, assim como estrutura técnica, para Polícia Federal e MP, além de todas as medidas de transparência nos órgãos públicos - portal transparência entre eles).
Vivemos um momento em que o Brasil e seu povo degustaram, no melhor a la carte, "estar no centro": no eixo da transformação - democrática - de outras culturas, outras propostas, outras relações nacionais e internacionais. Não foi a toa que surfamos com o "outro mundo é possível" do Fórum Social Mundial e o nosso presidente Lula foi reconhecido pelo presidente estaduniense como "o cara".
O que estamos vivendo, ou melhor, passando (porque vai passar): um país sem governo, acovardado frente ao golpe de estado, entregue a um Congresso e um Judiciário contra o povo, contra o resultado das últimas eleições diretas, acobertado por uma mídia safada, nos deixando perplexos, atordoados, desesperados ao ver, por exemplo, um pulha que, em dois dias, DOIS DIAS, faz um parecer sobre a "deforma" da previdência aprovando o "regresso" proposto pelo Golpe e o apresenta no Congresso dizendo "aviso aos navegantes, acabou a vagabundagem remunerada".
Golpe, Reforma do Ensino Médio, PEC 55, "Deforma" da Previdência - tudo contra o povo, contra o voto e contra o bom senso.
Existe, de fato, a crise internacional (permanente do capitalismo, mas que "da hora" é a do petróleo) provocada pela queda do preço internacional do petróleo que, articulada pela Arábia Saudita e EUA, tem uma lista enorme de objetivos, capitaneada pela necessidade de jogar água fria nos BRICS e vingar-se da reação Russa na Ucrânia (2014 - reeleição de Dilma).
É possível ver estes tempos terríveis, que nos mergulham já o pescoço no estrume, de outro modo: a Dilma se deu bem, porque com este Congresso nada ia rolar, afinal, a Veja cumpriu seu papel quando, às vésperas da eleição, mentiu que "Dilma e Lula sabiam de tudo" (sobre os desvios na Petrobras) e, assim, a Revista panfletária provocou um resultado eleitoral que permitiu à oposição fomentar a reação mais politicamente individualista, exacerbada na subjetividade, que estamos aprendendo a por em prática em todas as instâncias da vida social: o resultado não atendeu ao meu desejo individual, então, grito, bato panelas, faço adesivos e cartazes ofensivos, que não discutem posições e sim humilham pessoas; essa "nova forma de fazer política" teve um "encontrão" com o discurso ultra-ultra esquerda: "dane-se a democracia representativa", a chamada da hora é "o povo no poder", representação jamais, o governo Dilma aplicou a cartilha neoliberal na economia (sim, por não fechar o Congresso, único jeito de fazer a auditoria da dívida, implementar a lei de mídias - que discutiu pelos 13 anos - mas não tinha votos para fazer passar no Congresso, entre outras acusações proferidas por quem nunca esteve no executivo); o país está se desmanchando e, mesmo que, com isso, todos que necessitavam de um estado forte para assegurar investimentos, políticas de inclusão na Universidade ou mesmo na mínima dignidade que é ter o que comer, irão perder seus direitos vertiginosamente, são jovens, adultos e idosos perdendo absurdamente seus direitos; a miséria está aumentando, o gráfico inverteu-se na velocidade da luz, será necessário um novo governo de esquerda para reverter o quadro.
Mudando o ponto de vista, da depressão por conta do que estamos perdendo (que é muito), para o que estamos ganhando na defesa de um outro projeto necessário e possível para o Brasil, porque já experimentado com sucesso (e que venceu as últimas eleições), precisamos construir a visibilidade das possibilidades no caminho da democracia, da pluralidade e do desenvolvimento nacional. A crise internacional do Petróleo atingiu 7% do nosso Pibid e 15% de nossa capacidade de investimento e a Lava Jato, no lugar de gerar ganhos para o país reduzindo a corrupção e aumentando os mecanismos de prevenção, paralisou as maiores empresas privadas, as empreiteiras. Mas não somos a Venezuela (onde o Petróleo é a base da economia), somos um país com economia diversificada, referência em desenvolvimento de ciência e tecnologia. As políticas de investimento na educação levaram uma grande parte da população às excelentes Universidades Públicas. Precisamos ver este potencial, abandonar o discurso que começa com "o modelo de desenvolvimento dos governos Lula e Dilma estão esgotados" , primeiro porque desenvolvimento econômico com inclusão social, democracia e conteúdo nacional não está esgotado, está iniciando (o que não significa dizer que não terá embates com o modelo capitalista); segundo porque nenhuma esquerda vai avançar como alternativa de governo negando os ganhos do país (com os governos Lula e Dilma) em seu conjunto. É preciso reconhecer os acertos, destacá-los, construir a melhoria do modelo, não destruí-lo ou abandoná-lo.
A conjuntura política para esse novo governo está em parte construída, falta avisar os russos, neste caso, a esquerda, para que equilibrem o discurso, construam a tal da unidade programática, parem de se flagelar. Pelo que demonstrou a disputa pela Prefeitura do Rio, guardadas as diferenças entre uma eleição nacional e uma eleição local, neste "ajuste" de comportamento necessário para que a unidade programática possa ser construída está o maior desafio do momento. 

terça-feira, 29 de novembro de 2016

O que aprendi com o filme Snowden

1. Eu, você e cada pessoa no mundo temos o que esconder, mesmo que a gente pense que não e se exponha excessivamente em público.
2. Os EUA, por interesses políticos (=busca de poder enquanto estado e de domínio bélico e empresarial/corporativo), tem acesso a essas coisas intimas, que necessariamente não são ilegais, mas que deveriam ser do domínio privado (de um hábito privado, por exemplo - ficar observando como vai o Fluminense e o Inter no Campeonato Brasileiro).
3. As agências de espionagem americanas desenvolveram (a) uma forma de coleta ilegal de dados em todos os sistemas de comunicação, do telefone à internet (redes sociais, aplicativos, tudo que coleta informação sua); (b) uma forma de coletar a exata informação que está sendo necessária para eles, num momento dado (uma espécie de Google, só que melhor, mais específico nas respostas às buscas realizadas).
4. Eles podem, neste momento, observar você pela câmara de seu computador, mesmo ele estando desligado. Se você colocar uma fita tapando a câmara, eles não podem filmar o que você está fazendo.
5. Eles podem te acessar pelo celular, sem ligar para você, identificando onde você está. Se seu celular estiver dentro de um micro-ondas estes sinais são bloqueados (mantenha o micro-ondas desligado, apenas use para colocar o celular quando não o estiver usando em casa). Quando você estiver com o celular em lugar que não possa mantê-lo dentro do micro-ondas, lembre-se que ele também tem câmera.
 Para saber como coisas que são de domínio privado e que não são ilegais podem ser usadas para derrubar governos, ou empresas, ou pessoas com grande poder político, veja o filme, eu vou dar um exemplo que não é do filme.
Se eles (EUA) quisessem, o Inter, que será rebaixado neste campeonato brasileiro, poderia deixar de sê-lo (o que eu e grandes amigos gostaríamos muito), porque alguma irregularidade houve durante o campeonato, em algum momento, com algum time que venceu o Inter. Basta que eles tenham o interesse em encontrar e dar sequência a esta informação. O mesmo ocorrendo com o Grêmio, só que, no caso, para derrubá-lo. A questão é que o uso, por exemplo, de um comprimido não permitido e não listado como proibido, por um jogador, mesmo não sendo encontrado em exame de doping, pode ser descoberto por eles. Suponha um comprimido permitido legalmente, mas que, por uma característica biológica do usuário, por ele e seu time já conhecida, provoque uma reação potencializadora física neste sujeito específico. Neste caso (suposição) eles teriam acesso a uma informação que poderia melhorar a situação do Inter. Suponha que a Nike seja uma empresa que tem grande interesse em que o Inter continue no campeonato e que o Grêmio não seja o campeão, um tipo de irregularidade em relação ao Grêmio também poderia ser "descoberta". A questão aqui não é: (1) Se eu (Andréa) sou colorada e quero que isto aconteça; (2) A história ser estapafúrdia, fora da realidade. A questão que precisamos entender é que, no exemplo fictício aqui dado, a pontuação dos times no campeonato foi atribuída de acordo com as regras explícitas e, uma delas, diz respeito ao exame de doping a que apenas alguns jogadores são submetidos. As regras e a chance de ser pego na burla de uma regra são parte do jogo (Campeonato Brasileiro). Ter acesso a informações muito mais específicas e íntimas não é possível para os times do campeonato, para os juízes que julgam os interesses em jogo, tão pouco para os investidores que mantêm os times. Mas apenas eles (EUA) têm estas informações, que podem ser usadas ou não, de acordo com seu interesse político.
Estamos todos expostos, e como Ignácio Ramonet recentemente publicou, o ciberespaço é hoje tão importante quanto o território físico, a água, o ar, a energia, os grandes objetos de poder. O que precisamos responder agora (já que, de fato, toda esta invasão já está aí) é qual a possibilidade (existente ou a ser construída) de controlar este controle.
Lembrando, Hillary Clinton caiu mais de dez pontos nas pesquisas em uma semana, porque um assessor enviou fotos (nudes) para uma menor. 
Antes disso, o mundo mergulhou em mais uma crise do Petróleo porque a Arábia Saudita baixou o preço do barril de US$ 100,00 para menos de US$ 50,00, com o aval estaduniense.
O poder da espionagem é imenso, só não é maior do que a nossa perda de privacidade. 
Mais dados sobre o filme Snowden:
Snowden - dados do site Adoro Cinema
Leia mais sobre o tema:


domingo, 27 de novembro de 2016

Filme Elis: imperdível - música, ditadura e paixão

Quem já esteve em um ônibus carregando a expectativa de chegar em um lugar onde realizaria seus mais desejados sonhos, se identifica na primeira sequência do excelente filme "Elis", que acompanha a vida da cantora gaúcha desde a chegada ao Rio, em 1º de abril de 1964  (dia em que se instalou o penúltimo Golpe no país), até sua derradeira angústia, paixão e desespero. De uma forma alegre e deliciosa, o filme mostra a capacidade de uma Elis determinada e forte, em ouvir, construindo-se como cantora. O diretor Hugo Prata vai conduzindo na tela uma história densa e de sensivelmente leve: as aprendizagens e as conquistas de uma pessoa que não tinha em seu alcance o convívio com os nomes feras da música e da cena artística do eixo Rio-São Paulo, e que vai entrando nesse mundo, "vivendo o que nunca viveu", parodiando o poeta, até chegar tanto no casamento com o homem de sua paixão, quanto à consagração de seu talento, no Olympia, em Paris. O filme é todo delicioso, os personagens não são apresentados de forma maniqueísta, separados entre bons e ruins, o roteiro vai trazendo a vida como ela é, e olha que um dos personagens é o Bôscoli. O elenco é impecável e Andréia Horta perfeita em cena. No pano de fundo, a Ditadura Militar, as disputas entre o samba, a bossa nova e a MPB. Os erros e acertos avaliativos de todos, incluindo gênios brasucas do mundo da arte musical. Um filme sobre arte e com arte de qualidade: as músicas, a interpretação, o regaste histórico. Ao final da sessão, aplausos e a sensação de que a arte nos dá a dimensão de um mundo muito maior.
Além da vontade de gritar "Fora Bolsonóides", nas passagens com Henfil e os militares, merece, além dos aplausos, um "Fora Temer" ao final, aliás, a música escolhida para acompanhar os créditos faz isto e nos lava a alma.
Mais informações:
Dados técnicos do filme - Site Adoro Cinema
Trailer:
Filme Elis - trailer oficial

quarta-feira, 9 de novembro de 2016

É quinta, 10-09-2016, 9h, Auditório Vera Janacopulos, UNIRIO - Emir Sader

Em 10 de novembro, às 9h da manhã, no Auditório Vera Janacopulos (Av. Pasteur, 296), O Prof. Dr. Emir Sader (PPFH/UERJ e UNESCO) abordará o tema Desafios Democráticos das Universidades na América Latina, na abertura do II Fórum dos Cursos de Graduação da Unirio. Logo após a palestra, teremos o lançamento do Livro: O Brasil que Queremos, organizado pelo palestrante.
Evento aberto a toda comunidade.
A atividade faz parte do II Fórum dos Cursos de Graduação da Unirio.
Todos os interessados na temática podem participar!

Manifesto em defesa da democracia, do estado de direito e do presidente Lula

Em defesa da democracia, do estado de direito
e do ex-presidente Lula

    
     O estado de direito democrático, consagrado na Constituição de 1988, é a mais importante conquista histórica da sociedade brasileira. Na democracia, o Brasil conheceu um período de estabilidade institucional e de avanços econômicos e sociais, tornando-se um país melhor e menos desigual, mas essa grande conquista coletiva encontra-se ameaçada por sucessivos ataques aos direitos e garantias, sob pretexto de combater a corrupção.

     A sociedade brasileira exige sim que a corrupção seja permanentemente combatida e severamente punida, respeitados o processo legal, o direito de defesa e a presunção de inocência, pois só assim o combate será eficaz e a punição, pedagógica. Por isso, na última década, o Brasil criou instrumentos de transparência pública e aprovou leis mais eficientes contra a corrupção, provendo os agentes do estado dos meios legais e materiais para cumprirem sua missão constitucional.

     Hoje, no entanto, o que vemos é a manipulação arbitrária da lei e o desrespeito às garantias por parte de quem deveria defendê-las. Tornaram-se perigosamente banais as prisões por mera suspeita; as conduções coercitivas sem base legal; os vazamentos criminosos de dados e a exposição da intimidade dos investigados; a invasão desregrada das comunicações pessoais, inclusive com os advogados; o cerceamento da defesa em procedimentos ocultos; as denúncias e sentenças calcadas em acusações negociadas com réus, e não na produção lícita de provas.

     A perversão do processo legal não permite distinguir culpados de inocentes, mas é avassaladora para destruir reputações e tem sido utilizada com indisfarçáveis objetivos político-eleitorais. A caçada judicial e midiática ao ex-presidente Lula é a face mais visível desse processo de criminalização da política, que não conhece limites éticos nem legais e opera de forma seletiva, visando essencialmente o campo político que Lula representa.
    
     Nos últimos 40 anos, Lula teve sua vida pessoal permanentemente escrutinada, sem que lhe apontassem nenhum ato ilegal. Presidiu por oito anos uma das maiores economias do mundo, que cresceu quatro vezes em seu governo, e nada acrescentou a seu patrimônio pessoal. Tornou o Brasil respeitado no mundo; conviveu com presidentes poderosos e líderes globais, conheceu reis e rainhas, e continua morando no mesmo apartamento de classe média em que morava 20 anos atrás.

      Como qualquer cidadão, Lula pode e deve ser investigado, desde que haja razões plausíveis, no devido processo legal. Mas não pode ser submetido, junto com sua família, ao vale-tudo acusatório que há dois anos é alardeado dentro e fora dos autos. Acusam-no de ocultar imóveis, que não são dele, apenas por ouvir dizer. Criminalizam sua atividade de palestrante internacional, ignorando que Lula é uma personalidade conhecida e respeitada ao redor do mundo. A leviandade dessas denúncias ofende a consciência jurídica e desrespeita a inteligência do público.

       A caçada implacável e injusta ocorre em meio a crescente processo de cerceamento da cidadania e das liberdades políticas, que abre caminho para a reversão dos direitos sociais. Líderes de movimentos sociais são perseguidos e até presos, manifestações de rua e ocupações de escolas são reprimidas com violência, jornalistas independentes são condenados por delito de opinião. Ao mesmo tempo, o sistema judiciário recua ao passado, restringindo o recurso ao habeas corpus e relativizando a presunção de inocência, garantias inalienáveis no estado de direito.


     Esse conjunto de ameaças e retrocessos exige uma resposta firme por parte de todos os democratas, acima de posições partidárias. Quando um cidadão é injustiçado – seja ele um ex-presidente ou um trabalhador braçal – cada um de nós é vítima da injustiça, pois somos todos iguais perante a lei. Hoje no Brasil, defender o direito de Lula à presunção da inocência, à ampla defesa e a um juízo imparcial é defender a democracia e o estado de direito.  É defender a liberdade, os direitos e a cidadania de todos os brasileiros. 

domingo, 6 de novembro de 2016

E agora, que fazer?

A oligarquia, ao retirar a Presidenta Dilma, retirou também da cena política as travas da barbárie. Na história recente do Brasil, vencida a Ditadura de 1964, tivemos uma predominância de governos que aplicavam a cartilha neoliberal. Com resistências políticas populares, sindicais e partidárias (PT entre estas), o debate existia, mas as políticas neoliberais avançavam. Com a chegada de Lula ao poder, após a Carta aos Brasileiros que afirmou sua aproximação centro esquerda, vivemos politicas anti-cíclicas - o protagonismo do estado no desenvolvimento de políticas de renda mínima (bolsas); ampliação do atendimento em previdência; política do conteúdo nacional na indústria; ampliação da participação do trabalho no PIB nacional; inclusão no ensino superior, demonstrando que negros e brancos, pobres e ricos, com a acesso ao ensino superior, tem desenvolvimento semelhante; e tantas outras que não podem ser categorizadas como "neoliberais", ao menos por quem se propõe ao debate não sectário ou autoritário.
Dilma Presidenta tentou mostrar que o estado poderia ser mais técnico e mais duro com o Congresso vergonhoso que tínhamos, foi atropelada por uma crise internacional do Petróleo, pela esperteza da mídia nativa, pela raivosidade da oligarquia e pela dificuldade do Congresso em enxergar sua obrigação política e cívica. Ali se formava o quadro, apoiado pelos batedores de panela, para destituição da Presidenta sem crime de responsabilidade. Agora, Ditadura presente,vivemos a destituição de diretorias em órgãos públicos que se apresentam como críticas às atrocidades políticas propostas (TV Brasil, IPEA, Conselheiros do CNE, ...), Presidência da República ocupada por uma pessoa que não foi eleita para implementar o projeto de governo ao qual serve (descaradamente o vice da Presidenta Dilma implementa a política do PSDB). E o PSDB, quem diria, apaga de seu currículo qualquer compromisso com a democracia, o que lhe interessa é o poder e a conclusão da agenda de entrega de recursos nacionais (interrompida com a chegada de Lula ao poder). Não estamos falando mais de um golpe, estamos falando de uma Ditadura: censura das críticas, um congresso publicamente conhecido como venal, enterrado até o pescoço em denúncias de corrupção, a votar Propostas de Ementa Constitucional contra a vontade da população. Por que não um plebiscito? Por que não uma reforma tributária que de fato corrigisse a centralidade dos impostos sobre o consumo, desonerando os mais pobres e promovendo equidade social com a taxação daqueles que continuam a enriquecer? Por que não promover um debate nacional sobre a Previdência, com direito ao contraditório? Porque o projeto de país, em implementação, não foi votado, não foi eleito, ele representa os interesses daqueles que deram o Golpe.
E os desmandos em Curitiba? Prender uma pessoa para que ela deponha a respeito de um crime sob o qual há suspeição, sem que ela tenha se negado a depor? As prisões realizadas em Curitiba são suspeitas. O juiz faz assim: prende e deixa lá até que o preso resolva "colaborar" com o foco que a operação tem para quem a dirige, no meu entendimento estas prisões preventivas que são realizadas fora da previsão constitucional são utilizadas como tortura.
Conversas telefônicas gravadas com autorização da justiça, com conteúdo não relacionado ao crime em investigação, e que deveriam, portanto, ter sido destruídas, são usadas midiaticamente para expor a pessoa em seus contatos particulares. A articulação investigação/juiz/mídia é vergonhosa.
A Constituição foi rasgada e vivemos um estado de exceção. As políticas em regime de votação e aprovação no Congresso nos levam à barbárie. E, mesmo assim, utiliza-se Medida Provisória para legislar sobre o ensino... Tudo vergonhoso e venal.
O que fazer, agora que constatamos diariamente o caos gerado pelo golpe?
1. Revogar o impedimento, trazer o país a normalidade, à constitucionalidade, barrar a barbárie. Mas para isso a esquerda precisa se unir, complementar, e, principalmente, parar de disputar o espaço que o PT conquistou, reconhecer que o governo Lula e Dilma construíram imensos avanços na transformação da estrutura social. Aprender, melhorar, colaborar. Não dá para engolir a esquerda com o mesmo discurso e comportamento da direita. O que precisamos construir é daqui para a frente. Não é possível, nem desejado, apagar o passado, ele é parte importante da luta pelo futuro. Apagar as transformações sociais que o PT promoveu é negar o legado da esquerda.
2. Implementar a participação direta na aprovação de políticas essenciais à construção de uma país menos desigual, mais plural, democrático e que potencialize nossa imensa capacidade criativa, produtiva.
3. Investir em meios de comunicação mais formativos, que assegurem o contraditório em todos os programas jornalísticos, que, de fato, a cada notícia, possamos ter acesso ao contraditório, ao que pensam governo, pesquisadores e população organizada (movimentos sociais, sindicais, populares) sobre o tema em discussão. Menos doutrinação midiática, mais contraditório, população melhor informada. Que os espaços de uso público com televisão transmitam canais públicos.
Artigos que complementam o caminho:
Emir Sader - sobre a auto-crítica da esquerda
A campanha da direita por dentro do PT


Prof. Dr. Emir Sader na Unirio em 10 de novembro de 2016

Em 10 de novembro, às 9h da manhã, no Auditório Vera Janacopulos (Av. Pasteur, 296), O Prof. Dr. Emir Sader (PPFH/UERJ e UNESCO) abordará o tema Desafios Democráticos das Universidades na América Latina, na abertura do II Fórum dos Cursos de Graduação da Unirio. Logo após a palestra, teremos o lançamento do Livro: O Brasil que Queremos, organizado pelo palestrante.
Evento aberto a toda comunidade.
A atividade faz parte do II Fórum dos Cursos de Graduação da Unirio.


O Brasil que queremosa

Prof. Dr. Emir Sader na Unirio em 10 de novembro de 2016

Em 10 de novembro, às 9h da manhã, no Auditório Vera Janacopulos (Av. Pasteur, 296), O Prof. Dr. Emir Sader (PPFH/UERJ e UNESCO) abordará o tema Desafios Democráticos das Universidades na América Latina, na abertura do II Fórum dos Cursos de Graduação da Unirio. Logo após a palestra, teremos o lançamento do Livro: O Brasil que Queremos, organizado pelo palestrante.
Evento aberto a toda comunidade.
A atividade faz parte do II Fórum dos Cursos de Graduação da Unirio.


O Brasil que queremosa

VI Semana de Educação na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro - UNIRIO

A Semana de Educação da Unirio este ano homenageia a professora do Departamento de Fundamentos da Educação Tânia Mara Tavares da Silva, que faleceu no primeiro semestre deste ano, em decorrência de problemas respiratórios e cardíacos.
A programação é aberta a todas/os/es estudantes da Unirio, de qualquer curso, e comunidade acadêmica. As atividades acontecem no momento em que atravessamos uma absurda crise política no país, onde uma Presidenta honesta, sobre a qual não havia nenhuma acusação de corrupção, foi afastada para que todo o tipo de arbitrariedade seja executada, sem submissão ao voto popular. Entre as arbitrariedades, o avanço da proposta da "Escola Sem Partido" (Lei da Mordaça); a reforma do ensino médio por meio de medida provisória; o congelamento dos investimentos em educação e saúde; o constrangimento de professores e universidades que se colocam contra o Golpe; a entrega do Pré Sal e, ente tantas irregularidades, a implementação do plano de governo do PSDB, que perdeu as últimas eleições.
VI Semana de Educação da UNIRIO Tânia Mara Tavares da Silva será realizada na próxima semana, de 7 a 11/11. 

quarta-feira, 26 de outubro de 2016

28 de Outubro - Dia do funcionário público, feriado com cinema na UNIRIO!

Divulgamos o Fórum Psicanálise e Cinema, que acontecerá no dia 28 de outubro de 2016, 18h, no Auditório Vera Janacopulos.
O Fórum é muito interessante: além do filme, sempre muito bem escolhido, há uma discussão do mesmo com base na psicanálise, que é um dos referenciais que interferem crucialmente na forma de percebemos a nós mesmos e aos outros, mudando os paradigmas com os quais vemos a nós mesmos e ao mundo.

Convidamos a todos para que participem da sessão. O ingresso é gratuito.
(UNIRIO/PROEXC – ESCOLA DE TEATRO) &
SOCIEDADE PSICANALÍTICA DO RIO DE JANEIRO (SPRJ)
Caríssimos,
O FÓRUM DE PSICANÁLISE E CINEMA apresenta, no dia 28 de outubro, às 18h, na Sala Vera Janacópulos da UNIRIO, um dos filmes mais impactantes da década: INCÊNDIOS (Incendies, 2010, 123 min.), dirigido e roteirizado pelo canadense Dennis Villeneuve, baseado na terceira parte da tretalogia do escritor, teatrólogo e ator Wajdi Mouawad, uma obra que deixa o público sem palavras para descrever a experiência de assisti-lo. O texto investiga o trauma e o tormento da guerra moderna  no Oriente Médio, resgata e recupera tragédias e odisseias, incestos e revoltas em suas circunscrições trágicas inconfundíveis, cuja narrativa não tem espaço e nem tempo pré-fixados, indo tanto de um lugar a outro como de uma cultura a outra, em cenas que vão e voltam ao longo de 50 anos. Com um elenco de peso, no qual se destaca a atriz belga, Lubna Azabal, interpretando a mãe, Nawal Marwan, em torno da qual a tragédia edípica envolve todos os personagens.
O filme obteve reconhecimento internacional como, entre outros,  a indicação oficial do Canadá para o Oscar 2011. Enfim, uma oportunidade imperdível de se assistir e comentar uma obra-prima. Contando, como sempre, com a divulgação aos amigos e interessados no viés cultural e psicanalítico, aguardamos todos vocês para mais um instigante debate.
Ana Lúcia de Castro e Neilton Silva.
SERVIÇO:
DATA: 28 DE OUTUBRO DE 2016.
HORÁRIO: FILME: 18h; ANÁLISE E DEBATE: 20 h às 22 h.
LOCAL: SALA VERA JANACÓPULOS – UNIRIO
ENDEREÇO: AV. PASTEUR, 296.
ANÁLISE CULTURAL: PROF. DRA. ANA LÚCIA DE CASTRO
ANÁLISE PSICANALÍTCA: DR. NEILTON SILVA
ENTRADA FRANCA - INFORMAÇÕESforumpsicinema@gmail.com
NOTA: Quem se interessar em adquirir o livro: Fórum de Psicanálise e Cinema: 20 filmes analisados, de autoria de Ana Lúcia de Castro e Neilton Silva, ele se encontra à venda nos dias do FÓRUM. 

quinta-feira, 20 de outubro de 2016

GEPAC e as políticas que não vamos temer - Novo local para as "Conversas Críticas"

O Grupo de Estudos e Pesquisas em Avaliação em Currículo - GEPAC, está promovendo, em 3 e 4 de novembro de 2016, o evento Conversas Críticas.
Estas conversas buscam oportunizar a reflexão crítica sobre políticas que têm desabado, num efeito cascata, em nossas vidas. O movimento articulado entre os batedores de panelas, o PSDB e o PMDB, entre outras mesquinharias agregadas (em nome da família triangular, dos filhos, dos netos, da cidade de Cacimbinhas, da BR 386 etc) e a poderosa e oligopólica mídia nativa,  resultou no Golpe político-parlamentar e esgarçou as relações sociais. Estamos vivendo o tempo do grito, da petição/judicialização e da total instabilidade. Sentimos um bombardeio de MPs, PECs e perseguições políticas a escolas, sindicatos, pessoas. Tudo se configura como o prefácio de tempos muito obscuros.   
Todavia, não será o avanço das políticas neoliberais no mundo, e em especial fascistas no Brasil, que nos impedirão de manter o foco do debate na direção da construção de uma escola democrática.
O LOCAL MUDOU: será no auditório Paulo Freire, CCH/Unirio, na Av. Pasteur, 456, Rio de Janeiro/RJ. Assim poderemos atender a todas as inscrições.
As inscrições, gratuitas, são feitas pelo link:
Inscrições Conversas Críticas
Vagas limitadas. Confirmaremos a inscrição obedecendo a ordem de chegada.



Comunicamos que o encontro de 28 de outubro de 2016 (sexta a tarde) está suspenso, substituído pelo evento "Conversas Críticas", em função do dia do funcionário público (feriado).

domingo, 18 de setembro de 2016

Meu Rei - sobre o amor e a dor

Que ligação é esta que te prende a uma pessoa? Que desejo mais profundo e mais "encontrado" que faz com que te ligues a outra pessoa para sempre? Quanta dor você é capaz de suportar sem que o amor se perca? Meu Rei é um filme realista/romance/drama que, com uma bela fotografia (e um sistema de saúde de fazer inveja) mostra um pouco de nossos amores cotidianos, amizades, irmandades e ele, aquilo que procuramos e que nem sempre acontece, que é o amor derradeiro, que traz absoluta felicidade e desespero, sofrimento sem fim e sem solução. Direção: Maiwenn, Vincent Cassel, magnífico e Emmanuelle Bercot, sensacionais. A última cena é a expressão do amor de uma vida inteira, mesmo que você ainda não o tenha (re)conhecido.
Veja o trailer aqui:
http://www.adorocinema.com/filmes/filme-226416/trailer-19551345/

A música é sensacional:
Fácil, fácil,
Queime todas as suas coisas
Para fazer uma luta a fim de esquecer,
retire para fora o seu coração
para tornar a ficar sozinho
Fácil, fácil...
Ouça aqui:
http://musicapt-ost.com/filmes/117-musicas-trilha-sonora-do-filme-mon-roi-2015.html


sábado, 17 de setembro de 2016

Filme Aquarius - Para falar de ontem e de nós

O filme Aquarius, de Kleber Mendonça Filho, é um desses momentos em que você passa pelo "buraco da minhoca", aquele espaço que liga de forma direta uma e outra dimensão do tempo e te deixa transitar entre um e outro tempo, um e outro universo. Era lá... por volta de 1970, mas é aqui, 2016. Além do espetáculo fotográfico que a simples presença de Sônia Braga causa, Humberto Carrão faz uma interpretação impecável, incorpora na face, nos gestos, no fulminantemente no olhar, uma espécie de sujeito presente no fascismo social que por si só já valeria o filme. Irandhir Santos impecável como sempre, desenrolando, com Sônia as situações do melhor exemplo de algo que é e não é, no melhor estilo Caetaneano do termo, espetacular.
A idade adulta e a velhice, o lá e aqui, o sossego de quem tem tempo para a luta, a objetividade da luta, a capacidade de associação, são encarnações de Sônia Braga ao longo do filme e que, no debate entre Humberto Carrão e ela, presente em toda a história mas materializado em alguns momentos, como no pátio do prédio, arrancão inevitavelmente o "Fora Temer" ao final do filme. Não tinha como o elenco desse filme ter evitado a fundamental denúncia internacional do Golpe em Cannes, não podia ser de outro jeito, assim como o final do filme e a reação da plateia não poderiam ser outras. É um filme destino à reflexão, ao reviver e ao (re)lutar.
A música vale ser citada: Taiguara, responsável por você não sair do cinema até passar a última letrinha dos créditos.
Ainda em cartaz, se Veja diz que pessoas de bem não devem assitir, corre para lá!
Hoje (Taiguara)
Hoje
Trago em meu corpo as marcas do meu tempo
Meu desespero, a vida num momento
A fossa, a fome, a flor, o fim do mundo
Hoje
Trago no olhar imagens distorcidas
Cores, viagens, mãos desconhecidas
Trazem a lua, a rua às minhas mãos
Mas hoje,
As minhas mãos enfraquecidas e vazias
Procuram nuas pelas luas, pelas ruas
Na solidão das noites frias por você
Hoje
Homens sem medo aportam no futuro
Eu tenho medo acordo e te procuro
Meu quarto escuro é inerte como a morte
Hoje
Homens de aço esperam da ciência
Eu desespero e abraço a tua ausência
Que é o que me resta, vivo em minha sorte
Sorte
Eu não queria a juventude assim perdida
Eu não queria andar morrendo pela vida
Eu não queria amar assim como eu te amei
Ouça aqui:
https://www.letras.mus.br/taiguara/

segunda-feira, 12 de setembro de 2016

31 de agosto de 2016

Fim de linha.
Descem todos.
Dos que bateram panelas aos que se mobilizaram em defesa da Presidenta Dilma, passando pelos que nada fizeram e assim favoreceram, mais uma vez, os interesses de uma elite tacanha e canalha, perdemos todos.
A história, todavia, não termina aqui. Como disse Tom Zé, o Brasil tem anticorpos. E estão (estamos) todos reagindo.
Além da permanente luta/denúncia contra o Golpe instalado no país, precisamos mirar no capitalismo, em sua fase atual, desdobrada pelos Tratados Internacionais. Compreender seu funcionamento e atrapalhar. Além de colaborar nas eleições com aqueles que conosco se solidarizam em defesa do legado de inclusão social, democracia, conteúdo nacional, participação do trabalho na renda nacional, ampliação das universidades federais e tantas outras conquistas dos governos Lula e Dilma.
No Rio de Janeiro, para a Prefeitura, eu vou de Jandira (65), que defende o legado de Lula e Dilma com mais garra que muitos petistas por aí, e com Reimont para vereador (13333), que tem mantido o debate por uma educação democrática vivo na Câmara dos Vereadores.
Para Resistência:
Acompanhem a Rádio Democracia aqui (sensacional, um lugar onde os canalhas golpistas são tratados como merecem):
http://player.upx.com.br/e4b3/


segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Agenda da Resistência - #ForaTemer

A Olimpíada serviu para muitas coisas, entre elas passar duas semanas trabalhando em casa, cumprir agendas políticas com mais liberdade, receber amigos, amigas, orientandas e orientandos, compartilhando sensações, conhecimentos, perspectivas.
O mais doloroso foi saber do esforço de Lula e Dilma na promoção de um evento desse porte e não ver este esforço reconhecido. O mais prazeroso foi ver as medalhas conquistadas pelos atletas financiados pela política de bolsas, a mesma que tanto irrita o setor de nossa sociedade contra a inclusão social e a democratização do Brasil. Agora, ver o COI  tendo que aceitar os protestos nas arenas e demais espaços onde as competições aconteciam e a reação ao golpista na abertura do evento foi muito bom.
O desesperador é ver que milhões de trabalhos continuam atrasados, a democracia continua escorrendo pelo ralo, o desmonte do estado acumula perdas estupendas.
A luta continua, até o retorno de um projeto democrático e de inclusão social, seja como for, do jeito que for.
Agenda da Resistência:
Dia 23 de agosto - terça-feira, 19h - Circo Voador
Canta a Democracia A FARSA - o enredo tragicômico DE UM GOLPE
Veja no Facebook:
Canta a Democracia - A FARSA o enredo tragicômico de um Golpe
Dia 24 de agosto - quarta-feira, 14h, - Unirio, Av. Pasteur em frente ao 456 (muro, na calçada)
Oficina (Im)pressões pela Democracia
Com a coordenação da Profa. Terezinha Losada e Bárbara Thees, ato oficina. Traga sua camiseta, sacola de pano, e qualquer outra peça de uso pessoal para aprender a grafitar pela Democracia.

segunda-feira, 18 de julho de 2016

Sobre construir-se mulher - As Sufragistas e a Primavera das Mulheres

Para todas as mulheres e, também, para todos os homens que, no lugar de príncipes, querem se construir como companheiros, duas dicas:
Filme AS SUFRAGISTAS, para saber de onde partimos, no início do século passado e analisar onde estamos, quais lutas e como lutamos.
Apresentação do filme As sufragistas (Adoro Cinema)
Show manifesto PRIMAVERA DAS MULHERES, em cartaz nas duas próximas quintas-feiras (21 e 28 de julho), às 19h30min, com ingressos a R$ 20,00 e R$ 10,00 (estudantes, entre outros), no Teatro Municipal Carlos Gomes (vergonhosamente sucateado).
Primavera das Mulheres (via Facebook)
Vamos superar o obscurantismo. Vamos nos ajudar a compreender de outro modo. Vamos desenvolver formas de bem viver.
Para quem começa o Curso Escola, Interculturalidade e Currículo hoje, tenhamos todas e todos um bom encontro. 18h, sala do PPGEDU, térreo, CCH, Unirio. Av.Pasteur 456. Segunda parada do 107 ou 581 e 582 (após entrar na Av. Pasteur).
Curso Escola, Interculturalidade e Currículo

sexta-feira, 24 de junho de 2016

Curso Escola, Interculturalidade e Currículo - PPGEDU Unirio

O Programa de Pós-Graduação em Educação – Mestrado e Doutorado da UNIRIO oferecerá, de 18 a 29 de julho de 2016, das 18h às 22h, no Campus Urca (CCH, Av. Pasteur, 456), o Curso “Escola, Interculturalidade e Currículo”  (45h, 3 Créditos).
O Curso será oferecido pelas professoras Maria Elena Viana e Andréa Rosana Fetzner e terá a participação do Prof. Alessio Surian, como convidado, de 25 a 29 de julho.
Para se inscrever no Curso é necessário acessar o link: 

Estudantes de outras Universidades, regularmente matriculados em Programas de Pós-Graduação – Mestrado ou Doutorado:
Aguardar um e-mail de confirmação da vaga (ofereceremos 20 vagas)
No dia da primeira aula, dia 18 de julho, entre 14h e 17h, é necessário apresentar na Secretaria uma cópia do documento de identidade e CPF, além da Declaração de Aluno Regularmente Matriculado na Instituição de origem, para assim formalizar a matricula.
No término do período, será emitida pela Secretaria do PPGEdu a declaração da disciplina cursada, com carga horária e a respectiva nota.

Estudantes do PPGEDU UNIRIO, basta acessar o link e realizar sua inscrição, procedendo depois, pelo SIE, a sua matrícula.


segunda-feira, 20 de junho de 2016

Festival da UTOPIA (Maricá, RJ, 2016) e Fórum Social Mundial

Em meio ao tiroteio político entre fascismo e democracia, uma novidade acontece por terras fluminenses: Maricá promove o Festival da Utopia. Trata-se de uma prática milenar para resolução de problemas: compreendê-los melhor e, por meio de uma conversa decodificadora, criativa e liberada das amarras, sejam cientificistas ou institucionais, imaginar outro mundo possível - na proposta de Maricá - outro horizonte possível.
O Fórum Social Mundial, definido por Boaventura de Souza Santos (*) como utopia crítica, foi realizado em 2001 (Porto Alegre, Brasil) com o objetivo de articular políticas, estudos, propostas que se contrapunham à globalização neoliberal. Nas primeiras edições (2001, 2002 e 2003), com forte participação da Frente Popular (Partidos de esquerda que se alinhavam ao PT na Prefeitura de Porto Alegre e Estado do Rio de Grande do Sul), o Fórum divulgou algumas propostas concretas para redução da desigualdade no planeta: taxa Tobin (taxação do capital financeiro); taxação das grandes fortunas; etc.
De fato, ao bater asas e se tornar itinerante (2004, Mumbai,Índia; 2005, Porto Alegre, Brasil; 2007, Nairóbi, Quênia; 2009, Belém, Brasil; 2010, descentralizado e 27 locais;  2011, Dakar, Senegal; 2012, Porto Alegre, Brasil), o FSM aposta em sua capacidade de existir sem uma de suas âncoras: governos de esquerda que poderiam comprometer-se com a aplicabilidade de suas propostas. Viaja hoje sobre mundo (no mundo, talvez) e, visitando o site do movimento FSM, não consegui descobrir sequer quais seriam os participantes do Comitê Internacional. Parece-me que o FSM, ao assumir sua liquidez, independência, polifonia, que são características contemporâneas de uma sociedade alter mundialista, não censuráveis, perdeu sua capacidade de comunicação e elaboração de políticas que possam ajudar a esquerda mundial a tentar responder com alguma possibilidade de governo diante das novas vitórias do capitalismo: enfraquecimento dos governos nacionais e individualidade avançada (ideologia que se sobrepõe aos sujeitos sociais/coletivos).
Maricá, cidade em que o Prefeito é Whashington Quaquá/Partido dos Trabalhadores, realiza um grande evento. Para uma cidade que ousa a experiência do transporte público gratuito, trazer o movimento epistemológico, político, social que o FSM tinha como orientação, para discutir outro viver possível é mais que necessário. A cada ano, os Relatórios de Desenvolvimento Humano e as notícias das guerras, do avanço do fascismo, da crise crônica e insuperável do capitalismo, nos ameaçam a vida, a solidariedade, e, sobretudo e especialmente, no Brasil, hoje, a democracia. É um evento para não se perder (de ir, mas também de comprometer-se com a aplicação prática dos caminhos necessários a alimentar nossa utopia coletiva por uma sociedade melhor).
Veja a apresentação, os participantes e a programação do evento aqui:
Festival da Utopia em Maricá - Rio de Janeiro
Nos encontramos na Abertura: dia 22 de junho, 9h.
Esta será uma boa semana na luta.
E, lembrando, primeiramente, #ForaTemer.
(*) SOUSA SANTOS, Boaventura. O Fórum Social Mundial: Manual de Uso. São Paulo: Cortez Editora. 2005.

sexta-feira, 17 de junho de 2016

Participação do GEPAC na ANPED REGIONAL - UFES, Espírito Santo

Convidamos as pesquisadoras e os pesquisadores a participarem das sessões em que discutiremos nossas pesquisas, em mais uma Reunião da nossa Associação Nacional de Pesquisadores em Educação:

Local: Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória, ES


Data 11/06/2016   13h às 14h
Sala 06 do IC-IV-Centro de Educação
Pôster
ENTURMAÇÕES DIFERENCIADAS NO ENSINO FUNDAMENTAL: AS TURMAS DE PROJETO NO RIO DE JANEIRO E OUTRAS EXPERIÊNCIAS (Mestrado)
Andréa Reis Vieira – SMERJ/ UNIRIO

               Data 12/06/2016   14h às 18h
Sala 06 e 07 do IC-IVCentro de Educação
Comunicação Oral
ORGANIZAÇÃO ESCOLAR EM CICLO E AS PRÁTICAS AVALIATIVAS COTIDIANAS: UMA RELAÇÃO TENSIONADA PELA POLÍTICA DE CONTROLE PÚBLICO POR MEIO DA AVALIAÇÃO (Doutorado)
 Ester de Azevedo Corrêa Assumpção – UNIRIO
             
13h às 14h 
Sala 06 do IC-IV-Centro de Educação
Pôster 
EDUCAÇÃO, POLÍTICA E GRAMSCI: COMO ENTENDER TEMPOS SOMBRIOS (Doutorado)
Ana Valéria Dias Pereira  UNIRIO

Data 13/06/2016   13h às 14h
Sala 06 do IC-IV-Centro de Educação
Pôster
PESO DAS AVALIAÇÕES EXTERNAS NO CICLO DE ALFABETIZAÇÃO: UM OLHAR SOBRE AS PRÁTICAS AVALIATIVAS EM UMA ESCOLA DA SME/RJ (Mestrado)
Claudia Claro Chaves de Andrade – UNIRIO

CURRÍCULO, CICLOS E AVALIAÇÃO ESCOLAR - A VISÃO DOS ALUNOS SOBRE AS PRÁTICAS EDUCATIVAS E AVALIATIVAS DA ESCOLA (Doutorado)
Andressa Farias Vidal - UNIRIO

  Data 13/06/2016   14h às 18h
Sala 32 do IC-IV-Centro de Educação
Comunicação Oral
CICLOS E REPROVAÇÃO: UMA ALIANÇA ESTÁVEL E DE DIFÍCIL SUPERAÇÃO PARA OS DOCENTES (Doutorado)
Andressa Farias Vidal - UNIRIO

segunda-feira, 13 de junho de 2016

Sobre umbigos e mãos

A coisa tá bem esquisita, bem coisa e bem esquisita. 
Mas para quem estuda história, não tão esquisita. As crises econômicas desencadeiam nosso pior: é como se estivéssemos em caça, no mais básico ato de sobrevivência. Para viver, matar. Alimentar-se. Sobreviver. 
E, então, mesmo tendo disponível o conhecimento da coleta, da produção de orgânicos, da possibilidade de alimentos para todos, da vida sem escravidão e uma certa noção de que podemos viver de modo outro - misturando ciência e sagrado, ética e estética, hibridizando saberes e lançando-nos a ser mais, escorregamos na casca de banana e, depois de um baita tombo, apelamos para o "salve-se quem puder".
Nesse apelo, danem-se a ciência, o sagrado, a ética, a estética. Danem-se os vizinhos, os pais, os irmãos, dane-se o mundo, o universo passa a circular em volta do umbigo. Pouco importa se os refugiados da Europa têm origem na desestabilização política provocada pela política estaduniense no Oriente Médio; se a fome tem origem numa má distribuição da produção; se as economias que têm no Petróleo um importante produto de sustentação quebrem (de novo por uma política dos EUA, associada à Arábia Saudita), se pessoas morrem sem outra causa que não a sustentação do mais para os mesmos; as 85 famílias que têm para si 50% do PIB mundial. 
Aqueles que têm seu lucro a qualquer preço precisam assegurar que os ricos continuem aparecendo como representantes da imagem de que, pelo trabalho e pela adoção de determinados padrões (sínicos, hipócritas, racistas, machistas), qualquer um pode chegar lá. É imagem do pinscher pulando para alcançar a mesa, no filme de Michael Moore (Capitalismo, uma história de amor).
Precisamos de um pensamento menos umbigal. A sobrevivência não está na caça, na exclusão, no cada um por si. Ao menos a nossa sobrevivência (de todos que estão fora das 85 famílias), está em nossa capacidade de encontrar com o outro, aperta-lhe a mão, conhecê-lo e com ele dialogar. A nossa sobrevivência está no estabelecimento de contatos (nacionais e internacionais) para promoção de uma mudança substancial do jogo. E o jogo é mundial, e nós somos muitos. Precisamos pensar também com as mãos que trabalham, que podem nos unir, que podem virar o jogo. No Brasil, precisamos barrar o Golpe. No mundo, precisamos barrar o fascismo. Somos muitos, temos o nosso trabalho e um compromisso com a justiça social.
#ForaTemer
#ForaBolsonaro
#ForaTrump
Fora Deputados e Senadores que não sabem o que fazem e fora os que sabem muito bem o que estão fazendo contra as políticas sociais no Brasil.

terça-feira, 7 de junho de 2016

XIII Fórum FINAflor e II Encontro NINA: "Infâncias Indígenas Brasileiras: Ontem e Hoje"

O XIII Fórum FINAflor e II Encontro NINA, que terá como tema: "Infâncias Indígenas Brasileiras: Ontem e Hoje" promoverá a discussão com palestrantes de universidades e também indígenas. 

O Fórum acontecerá no dia 11 de Junho, próximo sábado, tendo início às 08h30min no Auditório Paulo Freire - CCH UNIRIO. (Avenida Pasteur, 458).


2º Ciclo de Leitura sobre Filosofa e Ensino UNIRIO

O 2º Ciclo de Leitura sobre Filosofa e Ensino iniciará nesta quinta-feira, dia 09 de junho de 2016, promovido pelo grupo do Projeto de Extensão Filosofia na Sala de Aula, PROExC/UNIRIO, com apoio da SEAF - Sociedade de Estudos e Atividades Filosóficos. 
Mais Informações: 
Prof. Dr. Dalton Alves
Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro - UNIRIO
Departamento de Fundamentos da Educação - DFE/EE/CCH
Área de Educação e Trabalho/
Educação e Filosofia/
Educação e Economia Política.

Vivendo um Golpe

Durante todo este ano e antes de 11 de maio, todo o dia era dia de levantar, olhar as noticias no watsapp, respirar fundo e acreditar que algo iria acontecer que nos ajudasse frear a ruptura da ordem constitucional que se aproximava. As atividades políticas eram intensas e o trabalho avassalador, porque imenso e permeado de distrações outras, um compromisso maior em denunciar, em deter o golpe, em debater com a visão construída pela direita de que a esquerda faria mal ao país.
A votação do impedimento da presidenta Dilma no Senado durou entre 11 e 12 de maio. Acordar, dia 12 de maio, em um país que vive um golpe, foi muito triste. Foi intenso e doloridamente triste. Dia 12 ainda foi possível acompanhar a saída de Dilma do Planalto. E o Golpe se estabeleceu majestosamente ruim. A fotografia da entrada dos Golpistas no poder foi muito representativa daquele que, tendo sido eleito como vice, com uma Presidenta e Projeto de Governo de esquerda, articulou nos corredores a derrubada da mesma (para proteger os seus na Lava Jato) e chegou a escrever o que tem sido chamado de "Ponte para o passado" - desejos da direita nacional e dos EUA, entre a entrega do Pre Sal e o fim dos direitos trabalhistas, apresentado como um "plano de governo". Plano de governo não eleito, é isso que está se tentando estabelecer no país.
Os dias só não são mais difíceis porque temos muitos amigos, muitas amigas, dos mais distantes aos mais próximos, gente sensível, gente que tem noção de tudo o que estamos diariamente perdendo. Mas nossa força é imensa, talvez do tamanho da vontade deles em governar sem voto. A ocupação do MinC, a reunião da esquerda  (mais ou menos, é verdade), os atos cotidianos que mostram que não estamos sós, que podemos estar sem Justiça e sem Parlamento, porque todos parecem comprados, mas que ainda temos a nós, e estamos, todos e todas, nenhum pouco a fim de nos calarmos, de desistirmos da luta. É isto que nos faz levantar todo o dia, e recomeçar a vida.  


Em São Gonçalo, UERJ



Agenda unificada Comitê Unirio contra o Golpe e pela Democracia e Adunirio





quinta-feira, 5 de maio de 2016

Se você é fã do Ricardo Darin...Corra pro cinema!

Não sei quanto tempo ainda fica em cartaz, pois estou sufocada de trabalho, enfastiada com a quantidade de políticos safados na Câmara Federal e no Senado e exausta de ver tanto canalha com poder suficiente para dar mais uma empurradinha na tentativa de fazer o Brasil se afundar de vez.
Todavia, na corrida, fiquei sabendo do filme Truman, dirigido por Cesc Gay e com o poderosíssimo Ricardo Darin (O segredo dos teus olhos; Um conto Chinês; O filho da noiva; entre outras maravilhas da tela imensa). O filme é um doce. Recomendado para solitários/as artistas e todos os amigos do mundo. Um filme sobre diferenças que se respeitam, sobre coragem de viver e de morrer. Quem tem cachorro (o cachorro não morre, já adianto), recomendo levar um lenço. Corações sensíveis também. Mas o que é a vida sem a gente chorar um pouco, não é mesmo?  A interpretação de Darin, Javier Cámara e Dolores Fonzi, além de algumas possíveis gargalhadas durante a película, valem a pena. 

segunda-feira, 18 de abril de 2016

Golpistas safados expõem ao país a Câmara dos Horrores

Em 16 de novembro de 2014 denunciávamos neste blog (leia aqui) o cheiro de golpe, cara de golpe, discurso de golpe. Um ano e cinco meses após, a Câmara dos Deputados conseguiu instalar o processo de impedimento da Presidenta Dilma. Um processo sem crime, apenas uma peça jurídica usada, tal qual em 1964, para inconstitucionalmente forçar  a saída do governo e, com isso, a entrega dos recursos, especialmente do Pre Sal, às empresas internacionais que já dominam mais da metade do PIB mundial; o enfraquecimento dos BRICS em suas propostas de independência em relação aos EUA (Banco próprio, moeda, etc) e, internamente, promover mais neoliberalismo econômico e mais conservadorismo social. A votação foi um circo dos horrores, expondo (e, como diria Chico Buarque, foi ruim, mas foi bom) que:
(1) o processo (de impedimento) foi aberto (será aceito ou não pelo Senado, e julgado pelos senadores) não porque a Presidenta teria cometido "pedaladas", mas por um conjunto de escusas intenções (chegar ao poder sem voto; perseguir o PT; ódio de classe);
(2) o baixo nível de compromisso com o Brasil (votos dedicados às particulares famílias, a Deus, à tradição, à propriedade, contra o povo e até contra a CUT);
(3) a  ignorância, que oscila entre feroz e inacreditável, dos deputados que compõem a referida Câmara.
Foi, literalmente, uma Câmara dos Horrores, ao vivo, em transmissão nacional, pela TV Brasil (e outras), para todo o país. Nos subúrbios cariocas os votos "não" ao impedimento eram aplaudidos; em Copacabana a direita indignada com as políticas de cotas, bolsas, Lei das domésticas (talvez até com a Lei Áurea), assistiam em 3 telões instalados ao longo da orla e comemoravam o "sim", sem se importar com a ilegalidade, com a barbaridade, com o horror que é a Câmara Federal hoje e quem os representa no golpe que leva o país à inconstitucionalidade. O que importa é recuperar os privilégios, tirar negros e pobres das Universidades e dos aeroportos, o PT do governo, vestir a camiseta de uma das Federações mais corruptas do Brasil, e bradar pelo fim da corrupção, ao mesmo tempo em que sonega impostos.
Em 2014, na mesma eleição que Dilma venceu (aquela que Aécio, o playboy que governava Minas morando no Rio, não conseguiu aceitar até hoje), só para citar os três deputados que mais obtiveram votos em 2014:
Celso Russomano, PRB de São Paulo, com 1,524 milhão de votos;
Tiririca, aquele que disse que ia votar contra o impedimento e depois votou a favor, teve 1, 016 milhão de votos e Jair Bolsonaro, do  PP Rio de Janeiro, com 464.572 votos. Somados estes três mais votados, ou seja, os três que possuem as votações mais "significativas", não se chega a 6% dos votos da Presidenta, eleita com mais de 54 milhões de votos. Todos os demais, individualmente, não possuem votação significativa e, muitos, a julgar pelos absurdos ditos, não possuem sequer relevância política.
E, ao final deste round, os golpistas safados comemoraram.
Fonte dos dados:
http://exame.abril.com.br/brasil/noticias/os-deputados-federais-mais-votados-do-pais-nas-eleicoes-2014
Leitura recomendada, do genial Jorge Furtado (Diretor da Ilha das Flores; O homem que copiava; Meu tio matou um cara; entre outros filmes marcantes do cinema brasileiro):
Jorge Furtado Cara de golpe, jeito de golpe, cheiro de golpe
(A semelhança das expressões como o golpe foi percebido neste Blog em 2014 e por Jorge Furtado em 2016, são apenas afinidades intelectuais)

terça-feira, 12 de abril de 2016

sábado, 9 de abril de 2016

Entenda pelo que lutamos em 3 filmes rápidos [atualizado em 14-04-2016]

Como o Brasil era, no Governo Fernando Henrique Cardoso, veja o documentário da Globo sobre a fome, mostrando uma parte da vida dos tais 36 milhões de brasileiros que só saíram desta situação no Governo Lula:
https://www.youtube.com/watch?v=vvvG1O7T4o4

A série completa você pode encontrar aqui:
https://youtu.be/w_LIYJ5AZcM


Filme que mostra como o Petróleo e os BRICS estão no olho do furacão do Golpe em Curso:
Reportagem Al Jazeera (Legendada)


Filme que mostra um pouquinho do Brasil que estamos a construir:

Premiação do filme Que horas ela vem?
Na festa do Jornal Globo, a diretora premiada Ana Muylaert diz ter conhecido, em suas andanças de divulgação do filme, muitas Jessicas, homens e mulheres que foram os primeiros em suas famílias a chegar na Universidade e, por fim, agradece ao pai e mãe destas muitas Jéssicas: Lula e Dilma. É DISSO QUE também FALAMOS QUANDO GRITAMOS "NÃO VAI TER GOLPE!"

https://youtu.be/xueMF6A3KNU


Manifesto pela Democracia, CHico Buarque, Wagner Moura, Leonardo Boff, Eric Nepomuceno

Assine Aqui

Chamado pela Democracia
Como a democracia ajuda a ser contra a corrupção

segunda-feira, 21 de março de 2016

Entenda porque o Impedimento à Dilma é Golpe, por Marcos Francisco Martins

a) [...] o processo de impedimento da presidente NÃO se realiza segundo as regras do Estado Democrático de Direito" - como seria possível o processo estar sendo desenvolvido segundo as regras do "Estado Democrático de Direito", se:
- as apurações são seletivas (apenas para citar um dos muitos exemplos: o Aécio já foi citado mais de 6 vezes, inclusive consta da delação de Delcídio, mas nada dele foi apurado e ele não foi sequer chamado a dar explicações, coercitivamente ou não);
- o processo de impedimento foi aberto pelo presidente da Câmara, que se tornou réu por unanimidade (será que o Estado Democrático de Direito permite que um parlamentar sem legitimidade tome uma medida de tamanho impacto?);
- o julgamento será feito por 65 deputados, sendo que 40 deles receberam dinheiro das empresas investigadas na "Lava-Jato";
- o processo de impedimento começou a ser aberto há cerca de 3 semanas, quando essa discussão estava bem "fria", sem qualquer poder de mobilização; mas uma articulada iniciativa, que envolveu setores da mídia (particularmente a Rede Globo e a revista Veja) e de parte da Operação Lava Jato, com os vazamentos seletivos, reacendeu a "vontade" de se fazer uma grande manifestação, que ocorreu domingo passado e acelerou a abertura do processo de impedimento; só para lembrar, a Rede Globo é uma concessão pública e o que ela está promovendo é a formação de uma opinião pública enviesada, segundo os próprios interesses, sem qualquer espaço para o contraditório;
b) As diferenças entre nossas ações pelo impedimento do Collor, e agora são:
- Se você se recorda do processo de impedimento de Collor, deve se lembrar que houve uma CPI, o que não é o caso atual;
- o resultado da CPI contra o Collor "objetivou" o crime de responsabilidade, mas no caso atual estão julgando politicamente as "pedaladas fiscais" de Dilma (esse é o foco do atual processo de impedimento), algo que governos federais anteriores fizeram e que centenas de governadores e prefeitos fizeram e fazem, mas sem sofrerem processos de impedimento; a propósito, algumas das chamadas pedaladas foram assinadas pelo Temer;
- para agravar ainda mais, ao processo de impedimento em curso acrescentaram como anexo as delações de Delcídio, mas sem qualquer apuração (pelo que sei, no Estado Democrático de Direito há a presunção da inocência e julgamento justo);
c) Diferentemente do processo de F. Collor, o que temos hoje não é uma guerra contra toda e qualquer corrupção, como defendíamos à época de Collor, mas a penalização de apenas alguns corruptos ou não (eu ainda guardo o respeito à presunção de inocência, princípio do estado Democrático de Direito), selecionados a dedo por uma Justiça que enxerga muito bem; quando a Justiça é seletiva, quando ela perde a cegueira e não reconhece a presunção da inocência, dá margens para golpes à democracia;
d) Se o STF considerou constitucional, não significa que o seja. O STF é considerado o "guardião da constituição", mas a atual formação dele não autoriza a tão facilmente aceitar a tese com tranquilidade e isso por dois motivos:
- a positividade dessa sua afirmação me impede de com ela concordar pois, para mim, qualquer Tribunal é palco de uma disputa de poder interno e espelha as disputas de poder que se travam, mais amplamente, nas relações sociais, entre classes e frações de classe, por exemplo; assim, mesmo que o STF considere constitucional determinado procedimento, ele poderá não ser assim entendido, como ocorre com muitos juristas que das decisões dele discordam; de fato, juízes e Tribunais não são neutros e não podem ser assim compreendidos e aceitos; veja o Moro, por exemplo; ele faz campanha política para o João Dória, que disputa a indicação para ser candidato a Prefeito em São Paulo pelo PSDB, sem contar o engajamento do pai e da esposa com esse partido;
- ministros como Gilmar Mendes tem claro posicionamento político-ideológico e fala para além dos autos, o que não é recomendado a qualquer juiz, como se sabe; isso, inclusive, ele fez ao se posicionar pela suspensão da posse de Lula como Ministro da Casa Civil; a propósito, esse é um dos argumentos de alguns renomados juristas que entraram com ação no STF contra a decisão dele.

Marcos Francisco Martins, da UFSCar-Campus Sorocaba

Manifesto dos professores CLA UNIRIO

Nota de repúdio ao golpe em processo - professores do CLA – UNIRIO
Nós, professores do Centro de Letras e Artes da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), abaixo assinados, nos juntamos a outras vozes e repudiamos os seguintes fatos que vêm assombrando o país:
• a tentativa de golpe em processo;
• o ataque a conquistas, tais como: a diminuição da desigualdade social brasileira, das desigualdades regionais; a saída do Brasil do mapa da fome; o aumento do acesso das classes populares à educação fundamental, técnica e universitária;
• a pauta conservadora cujo mote é o desmonte dos direitos estabelecidos pela Constituição de 1988; e inclui:
• a redução da maioridade penal e da idade para o ingresso no mercado de trabalho;
• a flexibilização da definição de trabalho escravo;
• a revogação do Estatuto do Desarmamento;
• os obstáculos à demarcação de terras indígenas;
• a modificação no Estatuto da Família, recusando o reconhecimento das relações homoafetivas;
• a modificação da lei de atendimento às vítimas de violência sexual, dificultando a elas o aborto;
• a punição a manifestações políticas e sociais embutida na Lei Antiterrorismo.
Defendemos as conquistas democráticas e os avanços dos direitos civis, políticos e sociais nas últimas décadas, a educação pública com a política de cotas e de inclusão.
Defendemos a liberdade de opinião e a construção de um espaço público em que o monopólio dos meios de comunicação não sufoque ou ignore as vozes discordantes.
Entendemos que é preciso fortalecer o reconhecimento e a valorização das diversidades étnicas, raciais, de gênero e orientação sexual; e lutar contra as ainda persistentes desigualdades sociais e econômicas, reconhecendo e ampliando direitos civis e espaço de ação para novos sujeitos políticos.
Rio de Janeiro, 15/03/2016
Assinaturas
1. Júlia Vasconcelos Studart (Escola de Letras)
2. Roberto Gnattali
3. Erika Ribeiro
4. Marina Teixeira Werneck Vianna
5. Flora Sussekind - Departamento de Teoria do Teatro
6. Inês Cardoso - Departamento de Teoria do Teatro
7. Ana Bernstein
8. Beti Rabetti/ profa. aposentada, vinculada ao PPGAC
9. Carole Gubernikoff
10. Vanessa Teixeira de Oliveira (Departamento de Teoria do Teatro)
11. André Gardel
12. Doris Rollemberg Cruz
13. Manoel Ricardo de Lima (Escola de Letras)
14. Rosyane Trotta
15. Cibeli Reynaud
16. Ana Achcar
17. Adilson Florentino
18. Moacir Eduardo Chaves
19. VINCENZO CAMBRIA (Etnomusicologia - IVL)
20. Alexandre Fenerich
21. Paulo Merisio
22. Ana Maria Bulhões
23. Renato Icarahy da SIlveira - Depto. De Direção Teatral/CLA
24. Maria Helena Werneck
25. Carla da Silva Miguelote
26. Ana Carolina Coelho
27. Luis Carlos Justi
28. Daniel do Nascimento e Silva
29. Laura Erber
30. Miguel Vellinho
31. Marina Henriques Coutinho
32. Elione Medeiros
33. José Da Costa
34. Marina Carvalho Spoladore Rezende
35. Christina Streva
36. Tatiana Motta Lima
37. Marco Tulio de Paula Pinto
38. Josimar Machado Gomes Carneiro
39. Luiz Eduardo de Castro Domingues da Silva
40. Walder Gervásio Virgulino
41. Tânia Alice
42. Joana Ribeiro
43. Leonardo Munk
44. Adriana Bonfatti
45. Danrlei de Freitas Azevedo
46. Monica Ferreira Magalhães
47. Nara Keiserman
48. Maria J, F. Haro
49. Luiz Henrique Sá
50. Luciano Pires Maia - Direção da Escola de Teatro

E se fosse Dilma?, de Francisco Costa

E se fosse Dilma? *

1. E se Dilma tivesse 22 processos por corrupção, como Eduardo Cunha (PMDB)?

2. E se Dilma tivesse 18 processos por corrupção, como José Serra (PSDB)?

3. E se Dilma colocasse sob sigilo, por 25 anos, as contabilidades da Petrobras, Banco do Brasil e BNDES, como Geraldo Alckmin (PSDB) colocou as do Sistema Ferroviário paulista, das Sabesp e da Polícia Militar, após se iniciarem investigações da Polícia Federal, apontando desvios de muitos milhões?

4. E se Dilma tivesse comprado um apartamento no bairro mais nobre de Paris e, dividindo-se o valor do imóvel pelos seus rendimentos, se constatasse que ela teria que ter presidido este país por quase trezentos para tê-lo comprado, caso de FHC (PSDB)?

5. E se a filha da Dilma tivesse tido um único emprego, de assessora da mãe, e a revista Forbes a colocasse como detentora de uma das maiores fortunas brasileiras, como no caso do Serra (PSDB) e sua filhinha?

6. E se Dilma tivesse dado dois Habeas Corpus, em menos de 48 horas, a um banqueiro que lesou o sistema financeiro nacional, para que ele fugisse do país; desse um Habeas Corpus a um médico que dopava a suas clientes e as estuprava (foram 37 as acusadoras), para que ele fugisse para o Líbano; se fizesse uso sistemático de aviões do senador cassado, por corrupção, Demóstenes Torres (DEM); se tivesse votado contra a Lei da Ficha Limpa por entender que tornar inelegível um ladrão é uma “atitude nazifascista” (sic), tendo a família envolvida em grilagem de terras indígenas, como Gilmar Mendes (Ministro do STF)?

7. E se Dilma tivesse sido denunciada seis vezes, por seis delatores diferentes, na operação Lava Jato, e fossem encontradas quatro contas suas, secretas, na Suíça, alimentadas por 23 outras contas, em paraísos fiscais, e o dinheiro tivesse sido bloqueado pelo Ministério público suíço, por entendê-lo fruto de fonte escusa, e tivesse mandado toda a documentação para o Brasil, com a assinatura dela, como aconteceu com Eduardo Cunha (PMDB)?

8. E se Dilma tivesse vendido uma estatal, avaliada em mais de 100 bilhões, por apenas 3,6 bilhões, como FHC (PSDB) fez com a Companhia Vale do Rio Doce?

9. E se Dilma tivesse construído dois aeroportos, com dinheiro público, em fazendas da família, como fez Aécio Neves (PSDB)?

10. E se Dilma tivesse sido manchete de capa no New York Times, por suspeição de narcotráfico internacional, gerando diversas reportagens na televisão norte americana e agentes do DEA (Departamento Antidrogas dos EUA) tivessem vindo ao Brasil para investigá-la e um helicóptero com quase meia tonelada de pasta de cocaína fosse apreendido em uma fazenda de um amigo pessoal e sócio dela como ocorreu com Aécio Neves (PSDB)?

11. E se Dilma estivesse na lista de Furnas, junto com FHC, Geraldo Alckmin, José Serra, Aécio Neves (todos do PSDB) entre outros?

12. E se Dilma estivesse acusada de receber propinas da Petrobrás, como Aloysio Nunes (PSDB)?

13. E se Dilma estivesse sendo processada no STF, por ter recebido propinas da empreiteira OAS e ter achacado o Detran do seu estado, em um milhão de reais, como fez Agripino Maia (DEM)?

14. E se Dilma tivesse sido denunciada como beneficiária do contraventor Cachoeirinha, além de estar sendo processada, por exploração de trabalho escravo, em sua fazenda, como Ronaldo Caiado (DEM)?

15. E se Dilma estivesse sendo investigada na Operação Zelotes, por ter sonegado 1,8 milhão de reais e corrompido funcionários públicos, para que essa dívida sumisse do sistema da Receita Federal, como Nardes (Conselheiro do TCU, ligado ao PSDB)?

16. E se a filha de Dilma fosse assessora do presidente da CPI da Petrobrás e lobista junto a Nardes, um conselheiro do TCU, e tivesse uma conta secreta no HSBC suíço, por onde passaram milhões de dólares, como Daniele Cunha, a filha de Eduardo Cunha (PMDB)?

17. E se Dilma tivesse sido presa em 2004, por fraude em licitação de grandes obras, no Amapá, e tivesse sido condenada por corrupção, evasão de divisas, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha, como Flexa Ribeiro (PSDB)?

18. E se Dilma, quando prefeita de Salvador – BA, tivesse sumido com 166 milhões das obras do Metrô, como Antônio Imbassahy (PSDB)?

19. E se Dilma tivesse sido governadora e, como tal, cassada, por conta de compra de votos na campanha eleitoral, corrupção e caixa dois, como Cássio Cunha Lima (PSDB)?

20. E se Dilma, em sociedade com Mário Covas (PSDB) tivesse comprado uma enorme fazenda no município mineiro de Buritis, em pleno mandato, e recebesse um aeroporto de presente, construído gratuitamente, de uma empreiteira, constatando-se depois que foi essa empreiteira a que mais ganhou licitações no governo FHC (PSDB), sócio de Covas?

21. E se Dilma declarasse à Receita Federal e ao TRE ter um patrimônio de 1,5 milhão e a sua filha entrasse na justiça, reclamando os seus direitos sobre 16 milhões, só parte do seu patrimônio, como aconteceu com Álvaro Dias (PSDB)?

22. E se Dilma estivesse sendo acusada de ter recebido 250 mil de uma empreiteira, na Operação Lava Jato, como Carlos Sampaio (PSDB)?

23. E se Dilma fosse proprietária da maior rede de televisão do país, devendo quase um bilhão de impostos e mais dois bilhões no sistema financeiro, e tivesse o compromisso de proteger corruptos e derrubar a presidente, em troca do perdão da dívida com o fisco e financiamento do BNDES, para quitar as dívidas da empresa, como ocorreu no passado, caso dos irmãos Marinho, proprietários da Rede Globo de Televisão?

Certamente Dilma, investigada noite e dia, em todas as instâncias, sem um indiciamento, sem sequer evidências de crimes, no dizer do promotor da Lava Jato e de um dos advogados dos réus, “uma mulher honrada”, não estaria com os citados pedindo o seu impeachment.

O seu crime? Chegou o dia de pagar os carentes do Bolsa família e o tesouro não tinha dinheiro. A Caixa Econômica Federal pagou e recebeu três dias depois. Isto é pedalada e por isso todos os citados acima a querem fora do governo.

Porque é desonesta ou porque é um risco para os desonestos?
Para apressar a tramitação dos processos em curso ou para arquivá-los?"


Texto escrito por Francisco Costa